O ex-prefeito de
São Sebastião da Grama (SP), Emílio Bizon Neto, foi preso na manhã desta sexta-feira (10) durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Civil. Outras três pessoas, sendo dois ex-tesoureiros e um ex-contador da prefeitura, também foram presas.
Segundo a Polícia Civil, as prisões tem relação com uma ação proposta pelo Ministério Público que apurou o desvio de
cerca de R$ 5 milhões dos cofres públicos durante a gestão de Bizon Neto, entre 2008 e 2012. A EPTV, afiliada da TV Globo, tentou contato com a defesa de Bizon Neto, mas não conseguiu até a publicação desta reportagem.
Denúncias
Segundo as denúncias, saques mensais eram feitos da conta da prefeitura. Em 2015, a EPTV mostrou a investigação do MP. Na época, entre os documentos juntados pela promotoria havia cheques emitidos em 2011 e 2012, que iam de R$ 50 mil a R$ 65 mil.
Imagem de cheque usado em esquema em São
Sebastião da Grama (Foto: Reprodução/EPTV)
Na época, um áudio entre um dos funcionários acusados de participar do esquema denunciava o pagamento mensal de, em média, R$ 5 mil para vereadores, moradores e até pessoas ligadas a igrejas.
Prisão temporária
Segundo o delegado seccional de Casa Branca, Carlos Alberto de Braga Fiuza, as quatro pessoas estão presas temporariamente por cinco dias. “É uma investigação de quatro anos da Polícia Civil, chefiadas pelo delegado Jorge Mazzi, titular de São Sebastião da Grama. Eles estão presos por peculato, falsificação de documento público e associação criminosa”, explicou.
Ainda segundo Fiuza, a polícia vai pedir a prorrogação das prisões por mais 5 dias para assegurar a coleta das provas. “Já recolhemos vários documentos hoje e nos próximos dias faremos mais coletas de provas. Após os interrogatórios eles serão levados para São João da Boa Vista”, disse.
A operação contou com 16 policiais civis de São João da Boa Vista, chefiados pelo delegado Jorge Mazi e pelo delegado Eduardo Denadai Campos, titular de Divinolândia.
MP investigou desvios na Prefeitura de São
Sebastião da Grama (Foto: Eder Ribeiro/ EPTV)
Investigação
Conversas gravadas em uma sala da Prefeitura em 2013 apontam que as irregularidades ocorriam de diferentes formas – com superfaturamentos, pagamentos duplicados e notas fiscais, por exemplo – mas a ação já distribuída está focada em cheques sacados mensalmente.
O promotor relatou que, no início, os saques mensais eram de R$ 65 mil e, nos últimos anos de mandato, chegaram a R$ 115 mil. Em fevereiro 2015, Hugo Andrade Cossi, advogado do ex-prefeito e do ex-contador Carlos Roberto Garcia Patrocínio, confirmou à EPTV que Patrocínio esteve no Paço nos dias das gravações, mas questionou o conteúdo das conversas e disse que suspeita de manipulação.
Ele negou a participação dos dois no caso de desvio e disse que entrou com uma ação contra o banco que fazia os pagamentos. Afirmou ainda que uma perícia solicitada por Emilio apontou que não foi o ex-prefeito que assinou os cheques apresentados na ação civil pública. O mesmo, segundo, Cossi, ocorreu com a perícia realizada pela Polícia Civil. O advogado confirmou que Carlos usou dinheiro da Prefeitura para pagar contas pessoais, mas já assinou um acordo para devolver. O valor não foi divulgado.
(COM INFORMAÇÕES: EPTV.COM)