O médico pediatra preso por armazenar e compartilhar pornografia infantil, em Casa Branca (SP), teve a prisão preventiva decretada pela Justiça em audiência de custódia nesta quinta-feira (28). Ele foi detido durante a manhã na 4º fase da operação nacional "Luz na Infância".

Um analista de sistemas também foi preso em São Carlos. Até por volta de 16h, 137 pessoas haviam sido presas em todo o país.

Depois de ser ouvido pela Polícia Civil e passar pela audiência, o médico de 74 anos, que não teve a identidade divulgada, foi transferido para a penitenciária de Casa Branca, onde vai ficar por tempo indeterminado, até o julgamento.

Segundo a Polícia Civil, não há indícios que o médico tenha cometido algum crime contra os pacientes dele.

Defesa e Cremesp

O advogado de defesa Bruno Marotti Giroldo disse à EPTV, afiliada da TV Globo, que o inquérito foi encaminhado para a comarca de São Paulo para nova análise.

Caso a decisão não seja reconsiderada pelo juiz da capital, eles vão entrar com pedido de habeas corpus, já que ele é réu primário, tem bons antecedentes, idade avançada e, por isso, pode aguardar a decisão em liberdade.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) instaurou sindicância para apurar a denúncia contra o médico. A investigação correrá sob sigilo determinado por lei, segundo o órgão.

Armazenava e compartilhava pornografia infantil

A operação deflagrada em todo o país nesta manhã combate a exploração sexual de crianças e adolescentes na internet.

Na ação em Casa Branca, os policiais foram até a casa do médico, no Centro, e flagraram o pediatra compartilhando o material.

"Causou até uma surpresa porque é um médico bem conceituado aqui no município. O computador estava ligado e ele estava compartilhando o material, realmente não houve dúvida de que ele estaria nessa situação", disse o delegado seccional Benedito Antônio Noronha Júnior.

A polícia apreendeu um computador, um notebook e vários aparelhos celulares.

Compartilhamento há 1 ano e meio

Ainda segundo o delegado, o pediatra confirmou que baixava e compartilhava o material pornográfico há pelo menos 1 ano e meio e disse que não sabia que a prática era criminosa. O médico vai passar por audiência de custódia ainda nesta quinta-feira.

Quem armazena material de pornografia infantil tem pena de 1 a 4 anos de prisão. Para quem compartilha, a pena é de 3 a 6 anos de prisão. A punição aumenta para 4 a 8 anos de prisão para quem produz esse tipo de material.